Sempre fui uma garota cheia de dúvidas que demonstrava uma confiança excessiva em sí mesmo. Vivia de aparência. As aparências ainda são importantes na minha vida. Confesso. Estava nas melhores baladas, conhecia os promoters da cidade, não pagava entrada, ganhava bebidas, caronas, cantadas e uma autoestima que durava até o efeito da bebida passar. Tudo era lindo, até a prova surpresa do dia seguinte. O excesso de amigos no orkut demonstrava minha popularidade adquirida a custa de muitos sorrisos falsos e presença em lançamentos de estabelecimentos da zona sul. Mas aos dezoito anos tudo tem cheiro de Angel e ressaca com gosto de espumante. Você muda a cor do cabelo três vezes ao dia. Não existe arrependimento. É só mudar de colégio, faculdade e bares. Você quer abraçar o mundo. E realmente abraça. Você tem tempo.
Hoje você não entende como homens de quase 30 se dizem apaixonados por garotas com hálito de espumante e que entram de graça em baladas. Tudo bem, existe até um certo despeito por seus 26 anos não comportarem tempo suficiente para testes e exigências excessivas, mas, mais de duas décadas e meia de experiência te deu conhecimento o bastante para afirmar que não dá. Não, não dá. É ressaca e trance demais para competir com um bom vinho tinto ao som de blues.
Tá certo. Eu não posso dormir com maquiagem, eu não tenho mais tempo para apostar todas as cartas do baralho em vários jogos, eu não realizei nem meus projetos na lista de ações de dois anos atrás. Cheers!
Atualmente não sei se acredito em amores ou desamores. Acredito em acertos e erros e nas consequências que a sequência deles podem causar. Gosto mais da ideia de ser romântica do que realmente sou. E não me venha com essa história de positivismo que, na boa, já deu.
O tempo mano velho está correndo de mim tão rápido que não está dando tempo de fazer nada. As pessoas que conhecí, hoje desconheço. Se elas sofreram a mesma transformação da menina que acreditava em cavalo branco e na continuidade dos contos de fadas, elas são inexistentes nesse momento. Hoje, o tempo realizou uma mudança tão drástica em mim que a ideia de ser popular me causa náuseas. Talvez porque mesmo querendo o tempo já não me permita. O clichê do recalque não deveria entrar aqui.
O pior de todas as coisas do mundo é que, bem lá no fundo, você não mudou. Você apenas acrescentou favoritos a sua lista e substituiu ítens já desatualizados. Você continua a mesma menina de 18 anos no corpo de uma mulher de 26, com um certo requinte a mais, mas com os mesmos sonhos. Apesar dos anos, dos quase trinta e de um tempo que a cada dia torna se mais seu inimigo.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
sábado, 1 de junho de 2013
Eu, 350 km e eles.
Não está fácil. O trânsito nunca mais foi o mesmo, assim como as filas do cinema e o cheiro impregnante da gordura do Mc Lanche Feliz. Mas afinal, nada que é fácil é honroso e merecedor de aplausos, não é o que dizem? O difícil tem seu mérito. Basta apenas arrumar o colarinho e esperar os gritos, suspiros e felicitações.
São 22:52 de um sábado sem chuva, com aquele clima gostoso, nem frio, nem quente, e eu me encontro divagando sobre a facilidade em se dificultar as coisas e a de dificultar o óbvio, o fácil.
Um segundo é tempo demais quando se é preciso decidir.
Decisão. O significado dessa palavra é uma incógnita. Tenho um reveillon dentro de mim nesse instante. E lá se vai a terceira taça de vinho de um sábado que agora se tornou frio. Quero me embriagar e pular de ponta na madrugada, encontrar meu interior e bater um papo demorado com o restinho que ainda existe do meu eu passado. Já passa da meia noite. A palavra domingo já é menos desconcertante.
Não existe diálogo. Meu eu passado me desconhece e o monólogo está ensurdecedor. Quero respostas, necessito delas para continuar. A distância é bem maior que os números. Quero confirmações, fatos e vários pontos finais. Estou cheia de vírgulas e reticências. Sempre usei vírgulas e reticências, algumas vezes as aspas também me fizeram companhia ao redigir cartas explorando meu lado romântico, idiota e impulsivo.
Preciso entender que 26 anos não é idade para fases, nostalgias e crises existenciais. Mais uma taça de vinho tinto bem seco. Preciso entender que contos de fadas não existem e começar a escrever textos sem a presença unânime deles em todos os meus assuntos e desabafos. Odeio contos de fadas e eles são sempre o astro principal dos meus textos egoístas e infantis.
Mais meia hora se passou. Gostaria de chegar ao fim com respostas.
Minha vida, meus amores, minha criação, meu quarto, meu cor de rosa. Eu, eles e os 350 km sem fim...
São 22:52 de um sábado sem chuva, com aquele clima gostoso, nem frio, nem quente, e eu me encontro divagando sobre a facilidade em se dificultar as coisas e a de dificultar o óbvio, o fácil.
Um segundo é tempo demais quando se é preciso decidir.
Decisão. O significado dessa palavra é uma incógnita. Tenho um reveillon dentro de mim nesse instante. E lá se vai a terceira taça de vinho de um sábado que agora se tornou frio. Quero me embriagar e pular de ponta na madrugada, encontrar meu interior e bater um papo demorado com o restinho que ainda existe do meu eu passado. Já passa da meia noite. A palavra domingo já é menos desconcertante.
Não existe diálogo. Meu eu passado me desconhece e o monólogo está ensurdecedor. Quero respostas, necessito delas para continuar. A distância é bem maior que os números. Quero confirmações, fatos e vários pontos finais. Estou cheia de vírgulas e reticências. Sempre usei vírgulas e reticências, algumas vezes as aspas também me fizeram companhia ao redigir cartas explorando meu lado romântico, idiota e impulsivo.
Preciso entender que 26 anos não é idade para fases, nostalgias e crises existenciais. Mais uma taça de vinho tinto bem seco. Preciso entender que contos de fadas não existem e começar a escrever textos sem a presença unânime deles em todos os meus assuntos e desabafos. Odeio contos de fadas e eles são sempre o astro principal dos meus textos egoístas e infantis.
Mais meia hora se passou. Gostaria de chegar ao fim com respostas.
Minha vida, meus amores, minha criação, meu quarto, meu cor de rosa. Eu, eles e os 350 km sem fim...
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Caminhos
É o mesmo caminho com uma nova direção. As expectativas são outras. Em um simples bocejar os anos passam, a vontade aumenta, a realidade fica utópica demais para um futuro tão concreto e previsível. É tudo gelado e mórbido, e lá fora a temperatura derrete asfaltos, corações e expectativas. O interior é frio e lá fora é Saara, fornalha e um enorme imaginário.
As escolhas, o esperar e a vontade matam aos poucos. É o mesmo caminho com novas fachadas. Tudo correto e planejado. Quero grafites, arte, criatividade. As pedras estão desgastadas. Os tijolos gritam socorro. Tudo está lindo e parado.
É o mesmo caminho com novos rumos. Trilhas traçadas para um ponto final. Um ponto sem fim. Um ponto cheio de reticências. É certo. É obstáculos e parênteses. É errado. Nada é certo e errado.
O caminho é o mesmo. A rota ensina e repete. A escolha é sua. Já não existem placas de aviso ou semáfaros. Você continua a viagem. Tudo não passa de desaprendizado, molequices e travessuras. O mundo é careta. Eu sou careta. Os grafites retornam à minha imaginação.
É o mesmo caminho exigindo por uma direção...
As escolhas, o esperar e a vontade matam aos poucos. É o mesmo caminho com novas fachadas. Tudo correto e planejado. Quero grafites, arte, criatividade. As pedras estão desgastadas. Os tijolos gritam socorro. Tudo está lindo e parado.
É o mesmo caminho com novos rumos. Trilhas traçadas para um ponto final. Um ponto sem fim. Um ponto cheio de reticências. É certo. É obstáculos e parênteses. É errado. Nada é certo e errado.
O caminho é o mesmo. A rota ensina e repete. A escolha é sua. Já não existem placas de aviso ou semáfaros. Você continua a viagem. Tudo não passa de desaprendizado, molequices e travessuras. O mundo é careta. Eu sou careta. Os grafites retornam à minha imaginação.
É o mesmo caminho exigindo por uma direção...
sábado, 7 de janeiro de 2012
Fragmentos
Sempre tenho esses momentos nostálgicos. Acho que desde criança tenho saudade da infância, desde bebê tenho saudade do berço. Nostalgia quando ouço Cold Play, Beatles, Chico... Nesse exato momento, até Michel Teló e Restart me deixaria assim. E teimo em ouvir Vanderlee às 3 horas da manhã de um domingo.
Estou super bem. A maioria das minhas reclamações e queixas foram resolvidas. Estou empregada, namorando, de bem com meu corpo e minha mente. Aí vem esse aperto no peito toda madrugada, tempo que ficamos - eu e a insônia - papeando sobre a vida e sua rota frenética devoradora de segundos. Sim, eu tenho um medo avassalador do tempo,da sua incognita que nunca dá um tempo, que abre a mala cheia de vida e a esvazia deixando apenas as lembranças e os cabelos brancos. A gente é obrigado a esperar o que não quer esperar. E assim passam os sorrisos, o ultrason e os reveillons.
Entre todas as coisas que queria ser quando crescesse, jamais imaginei querer poder voltar a ter esse pensamento. São muitos arrependimentos, amigos, desperdícios e ambições. Ninguém aproveita tudo. Ninguém vive tudo. A gente dorme demais. A vontade de voltar sufoca e a chance da estagnação é conformante. Não, não é medo da era botox, é a sensação do nunca mais que infarta, que quase mata.
Fim de ano me deixa assim. Talvez por seus costumes, sei lá. Esperar debaixo da escada o velhinho barbudo com meus presentes. Estalei os dedos e a magia teve fim. Cazuza subestimou o tempo. "Yesterday...All my troubles seemed so far away"... O quadro branco chegou assim, extinguindo o giz, a amarelinha, o algodão doce.Na boca, o dente de leite se foi, em troca veio o gosto amargo do tablet, que acabou com o correio recheado de cartas e telegramas.
E eu continuo aqui, com essa impotência de não poder abraçar e estuprar o mundo, de não poder arrancar esse amor próprio, essa arrogância do tempo e fazê-lo parar. Chegou mais um, Jobim agora nos faz companhia, ele e a chuva lá fora, essa sim, a mesma de antes.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Que saco!
Se existe uma coisa que eu não gosto nesta vida, são pessoas que acham tudo fácil. Seja uma prova,um relacionamento, um trabalho,uma conquista. Para este tipo de pessoa, não existe dificuldade em nada,tira tudo de letra,em um piscar de olhos. Mas se existe uma coisa que eu não gosto mais ainda, são pessoas que acham tudo fácil e não conseguem fazer nada. Ah vai, essas sim me irritam em um grau tão elevado que vocês não imaginam. Aquele tipinho que acha a prova facílima e tira 4,5 ,que fala que suas brigas de namoro são flexíveis ( mas nem namorado tem), que é a queridinha do chefe e só dura 3 meses no trabalho,ou seja,o período de experiência.
Aqueles indivíduos que colocam dificuldade em tudo, e carregam uma bagagem de pessimismo nas costas,também me irritam. Mas cá entre nós, ainda prefiro eles aos "bambambãns". Sei lá, os otimistas demais me passam a sensação de arrogância. "Eu quero,eu consigo", é lindo na teoria, mas convive diariamente com alguém assim para você ver. É mais irritante que a cumplicidade entre a rede Globo e o Ricardo Teixeira. A convivência com estes seres é uma luta diária, e juro que não estou exagerando. Você tem até receio em contar seus problemas e dúvidas porque o fulaninho vai rir da situação e falar no mínimo que é moleza. Ou então vai contar uma história (fictícia ou não),que passou e que supera a sua em três mil e duzentas lágrimas. Aí ele aproveita a brecha para falar da sua superação e eficácia em resolver o problema, e neste ponto meus queridos, minhas unhas já estão totalmente sem esmaltes. Parece que o objetivo de vida dessas pessoas é te jogar para baixo, lá no fundo do poço, e no fim te dar um tchauzinho de miss.
Sempre fui aquele tipo de pessoa de falar as coisas, sabe? Se me incomodou, boca no trombone! E tenho orgulho disso, na verdade, tinha. É, porque com esses fulaninhos não dá para agir assim. Você até tenta, mas não dá gente, sério! Eles argumentam utilizando frases de livros de auto ajuda e misturam realidade com ficção. Eles mentem, e pasmem, não caem em contradição. Eles não aceitam dúvidas sobre seu potencial e se você por acaso apenas cogitar isso, o discurso é tão grande, que mesmo você, que não leva desaforo para casa, acaba concordando. Concordando para se ver livre daquela situação de uma vez por todas.
Aprendí que com esses indivíduos, o segredo é não render assunto, e que dialetos como "aham, é, certo,okay", são sempre muito bem vindos. Não dê motivos para que o assunto se alongue, e se por acaso isso acontecer, ir à manicure, ao médico de vista ou ao enterro do cachorro da sua avó, é sempre útil.
Aqueles indivíduos que colocam dificuldade em tudo, e carregam uma bagagem de pessimismo nas costas,também me irritam. Mas cá entre nós, ainda prefiro eles aos "bambambãns". Sei lá, os otimistas demais me passam a sensação de arrogância. "Eu quero,eu consigo", é lindo na teoria, mas convive diariamente com alguém assim para você ver. É mais irritante que a cumplicidade entre a rede Globo e o Ricardo Teixeira. A convivência com estes seres é uma luta diária, e juro que não estou exagerando. Você tem até receio em contar seus problemas e dúvidas porque o fulaninho vai rir da situação e falar no mínimo que é moleza. Ou então vai contar uma história (fictícia ou não),que passou e que supera a sua em três mil e duzentas lágrimas. Aí ele aproveita a brecha para falar da sua superação e eficácia em resolver o problema, e neste ponto meus queridos, minhas unhas já estão totalmente sem esmaltes. Parece que o objetivo de vida dessas pessoas é te jogar para baixo, lá no fundo do poço, e no fim te dar um tchauzinho de miss.
Sempre fui aquele tipo de pessoa de falar as coisas, sabe? Se me incomodou, boca no trombone! E tenho orgulho disso, na verdade, tinha. É, porque com esses fulaninhos não dá para agir assim. Você até tenta, mas não dá gente, sério! Eles argumentam utilizando frases de livros de auto ajuda e misturam realidade com ficção. Eles mentem, e pasmem, não caem em contradição. Eles não aceitam dúvidas sobre seu potencial e se você por acaso apenas cogitar isso, o discurso é tão grande, que mesmo você, que não leva desaforo para casa, acaba concordando. Concordando para se ver livre daquela situação de uma vez por todas.
Aprendí que com esses indivíduos, o segredo é não render assunto, e que dialetos como "aham, é, certo,okay", são sempre muito bem vindos. Não dê motivos para que o assunto se alongue, e se por acaso isso acontecer, ir à manicure, ao médico de vista ou ao enterro do cachorro da sua avó, é sempre útil.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Paixão por sapatos
Chanel, scarpins, mules,sapatilhas, peep toes, anabela, meia pata, rasteirinha, plataforma.... Uma infinidade de modelos, formas, opções, paixões!
Os sapatos estão aí, ao nosso redor, o tempo todo, agora. Chegam sem pedir licença e já vão ocupando lugar no nosso guarda roupa e nas nossas vidas.
Este queridinho acessório, nos causa sensações diversas, desde a escolha até a estréia. Explicarei melhor:
1ª sensação: Amor a primeira vista
Sabe aquele príncipe que você imaginava nos contos de fadas, que chegava montado em um cavalo branco e que te dava aquele beijo apaixonadamente avassalador? Então, não é dele que estou falando. Mas sim daquela sensação de ter encontrado a coisa perfeita, a pessoa perfeita ( no caso, o sapato perfeito). Ele lá da vitrine olha para você e você retribui o olhar. Nos pés da sua amiga, ele dá aquela piscadinha fatal e você se entrega. E neste jogo de olhares,o resultado é único: Amor à primeira vista.
2ª sensação: Me apossarei de ti
Após descobrir o amor, o próximo passo é a conquista. E neste jogo existem várias armas e truques, como pedir o telefone, deixar um bilhete na mesa ou até ser direta e falar toda a verdade na cara dele. No caso, as armas infalíveis são outras, pode ser em dinheiro, crédito ou cheque. Em casos extremos,vale até cheque especial ou empréstimos. Você não faz aquele tipo de joguinhos e afins e não tem paciência para conquistar, você quer possuir imediatamente. E no final, lá está ele, preso a você, dentro da sacola, quando você sai da loja com aquela sensação indescritível de posse, de dever cumprido.
3ªsensação: Sua inveja faz a minha fama
Já se imaginou saindo nas ruas de mãos dadas com Rodrigo Santoro, Henri Castelli ou o Gianecchini? Será mais ou menos a mesma coisa quando você sair por aí, desfilando com sua mais nova aquisição. Querida, você causará inveja, olhares tortos e paparazzis. Será o alvo de tudo e de todos. E essa sensação....ah, essa sensação é única.
Os homens não entenderão nunca essa paixão que as mulheres sentem por sapatos. Talvez por ciúmes, sei lá. Ou talvez por que nada que os cerca, causa todas essas sensações maravilhosas que os sapatos causam nas mulheres: nem carros, nem bebidas, nem o futebol......
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Me passam coisas.....
Hoje eu parei para pensar na vida. As vezes tenho essa mania de pensar na vida. Em tudo que já viví e tudo que ainda espero viver.
A gente lê tanta coisa em vinte e quatro anos de vida ( 24? Jura que já tenho isso tudo? É vinte e quatro),muitos quadrinhos, e a minha personagem preferida era a Magalí, sei lá, a Mônica era muito sem graça, só sabia rodopiar o Sansão e bater no Cebolinha, era grossa e lerda, e de lerda na história já basta a pessoa que vos escreve.
Aí a gente passa para os contos de fadas,mas desses eu já falei muito por aqui e hoje em dia quero correr do destino Cinderela, Branca de Neve e afins. Vem as crônicas, os contos, os Sertões de Guimarães e a beleza da Lispector.
Aí seria lindo, perfeito se a gente continuasse por esse caminho de evolução literária, ou até mesmo se terminasse por aí, na Lispector, no Sabino ou em qualquer um desses. Mas não! A gente teima, na verdade a gente briga para regredir. A gente luta até para confessar que os "queridinhos" auto ajuda não fizeram parte da nossa história. Mas eles estão aí ao nosso redor. O tempo todo. Todo o tempo. Talvez agora.
Na verdade eu sempre pensei muito sobre esses livros de auto ajuda.Porque assim, uma pessoa para escrever um livro de auto ajuda, precisa no mínimo não precisar mais de ajuda e dominar os temas: relacionamentos, carreiras e sucesso. É, porque esse tipo de livro só ajuda nessas três categorias. Aí que vem a minha reflexão. Relacionamentos: Se o autor fala que domina relacionamentos com base nas suas explicações e dicas no livro, ou ele é muito mentiroso ou um tremendo sortudo para conseguir alguém que ature aquelas idiotices e crises de auto confiança que ele tenta transmitir. Sobre carreira e sucesso: Me desculpa, mas será que alguém com uma carreira sólida e de sucesso pararia para escrever justo um livro de auto ajuda? ah vai....
Mas eu só contei essa histórinha toda sobre a minha evolução (ou sei lá, regressão) na literatura, para falar sobre algo que os auto ajuda sempre condenam, abominam: o tal do pessimismo. Influenciada ou não pelos livros, eu sempre detestei esse fulaninho. Só de pensar que eu poderia pensar nele, eu já entrava em pânico. Era de arrepiar os pelinhos do braço.
Pois bem, o que eu fazia? Só tinha pensamento positivo, mesmo se não tivesse eu falava que tinha (isso também estava nos livros),eu esbanjava otimismo que era transmitido no meu sorriso de duzentos e quarenta e três dentes.
O problema é que chega uma hora, que por mais que você queira que o otimismo apareça, ele não vem.Sei lá por que. Talvez foi dar uma voltinha na praça ou até mesmo fazer uma viagem para o Oriente. E é aí que ferra tudo. Porque eu sempre tive essa dificuldade em dosar as coisas, sabe? Oito ou oitenta, triste ou feliz, otimista ou pessimista. Não existe meio termo. E na falta do otimismo lá vinha o estraga prazeres com tudo.
Na verdade (voltando a época da comilona da Magalí), existia uma brincadeira que todas as minhas amigas faziam. Consistia em escrever em uma folha dentro de um quadrado a idade que você queria se casar, e escolher três meninos ( um deles seria seu respectivo marido), três cidades (na qual uma delas vocês viveriam), e três numeros ( que significariam o numero de filhos). Lembro que bem na época (coisa de uns quinze anos atrás), eu afirmava que me casaria com vinte e cinco anos. Vocês leram direitinho? vinte e cinco anos! ou seja, ano que vem foi o futuro mais improvável e longe que eu imaginava no começo da adolescência e foi só eu piscar o olho e ele chegou.
Aí que vem a grande questão. Aquela sabe, que os inúmeros livros de auto ajuda não conseguem te passar. A questão não é ser otimista, o segredo é enxergar algum otimismo nesse pessimismo todo. Porque aí você sempre sai no lucro.( e eu não quero fazer minha carreira escrevendo auto ajuda, viu gente!) "Eu poderia estar matando,estar roubando..." Mentira! Eu poderia simplesmente me afogar naquele imaginário de rugas, cabelos brancos e botox. Ou simplesmente acreditar que existem coisas boas nisso tudo. Porque é bonito pensar assim, e é mesmo! ( quero direitos autorais por esse parágrafo, viu autores de auto ajuda?)
Sempre batí na tecla que é uma chatice essa coisa de só aprender a coisa depois que a coisa já passou. Mas hoje eu acho até divertido. Sério! A gente aprende a se divertir com as coisas. A gente aprende que não é ser otimista ou pessimista que as coisas deixam ou não de acontecerem. A gente aprende a rir de tudo isso. A gente aprende que a vida é sempre uma gargalhada, mesmo quando está em lágrimas. Mesmo com rugas, botox e cabelos brancos.....
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