quarta-feira, 6 de abril de 2011

Me passam coisas.....






Hoje eu parei para pensar na vida. As vezes tenho essa mania de pensar na vida. Em tudo que já viví e tudo que ainda espero viver.

A gente lê tanta coisa em vinte e quatro anos de vida ( 24? Jura que já tenho isso tudo? É vinte e quatro),muitos quadrinhos, e a minha personagem preferida era a Magalí, sei lá, a Mônica era muito sem graça, só sabia rodopiar o Sansão e bater no Cebolinha, era grossa e lerda, e de lerda na história já basta a pessoa que vos escreve.


Aí a gente passa para os contos de fadas,mas desses eu já falei muito por aqui e hoje em dia quero correr do destino Cinderela, Branca de Neve e afins. Vem as crônicas, os contos, os Sertões de Guimarães e a beleza da Lispector.


Aí seria lindo, perfeito se a gente continuasse por esse caminho de evolução literária, ou até mesmo se terminasse por aí, na Lispector, no Sabino ou em qualquer um desses. Mas não! A gente teima, na verdade a gente briga para regredir. A gente luta até para confessar que os "queridinhos" auto ajuda não fizeram parte da nossa história. Mas eles estão aí ao nosso redor. O tempo todo. Todo o tempo. Talvez agora.


Na verdade eu sempre pensei muito sobre esses livros de auto ajuda.Porque assim, uma pessoa para escrever um livro de auto ajuda, precisa no mínimo não precisar mais de ajuda e dominar os temas: relacionamentos, carreiras e sucesso. É, porque esse tipo de livro só ajuda nessas três categorias. Aí que vem a minha reflexão. Relacionamentos: Se o autor fala que domina relacionamentos com base nas suas explicações e dicas no livro, ou ele é muito mentiroso ou um tremendo sortudo para conseguir alguém que ature aquelas idiotices e crises de auto confiança que ele tenta transmitir. Sobre carreira e sucesso: Me desculpa, mas será que alguém com uma carreira sólida e de sucesso pararia para escrever justo um livro de auto ajuda? ah vai....


Mas eu só contei essa histórinha toda sobre a minha evolução (ou sei lá, regressão) na literatura, para falar sobre algo que os auto ajuda sempre condenam, abominam: o tal do pessimismo. Influenciada ou não pelos livros, eu sempre detestei esse fulaninho. Só de pensar que eu poderia pensar nele, eu já entrava em pânico. Era de arrepiar os pelinhos do braço.

Pois bem, o que eu fazia? Só tinha pensamento positivo, mesmo se não tivesse eu falava que tinha (isso também estava nos livros),eu esbanjava otimismo que era transmitido no meu sorriso de duzentos e quarenta e três dentes.


O problema é que chega uma hora, que por mais que você queira que o otimismo apareça, ele não vem.Sei lá por que. Talvez foi dar uma voltinha na praça ou até mesmo fazer uma viagem para o Oriente. E é aí que ferra tudo. Porque eu sempre tive essa dificuldade em dosar as coisas, sabe? Oito ou oitenta, triste ou feliz, otimista ou pessimista. Não existe meio termo. E na falta do otimismo lá vinha o estraga prazeres com tudo.


Na verdade (voltando a época da comilona da Magalí), existia uma brincadeira que todas as minhas amigas faziam. Consistia em escrever em uma folha dentro de um quadrado a idade que você queria se casar, e escolher três meninos ( um deles seria seu respectivo marido), três cidades (na qual uma delas vocês viveriam), e três numeros ( que significariam o numero de filhos). Lembro que bem na época (coisa de uns quinze anos atrás), eu afirmava que me casaria com vinte e cinco anos. Vocês leram direitinho? vinte e cinco anos! ou seja, ano que vem foi o futuro mais improvável e longe que eu imaginava no começo da adolescência e foi só eu piscar o olho e ele chegou.


Aí que vem a grande questão. Aquela sabe, que os inúmeros livros de auto ajuda não conseguem te passar. A questão não é ser otimista, o segredo é enxergar algum otimismo nesse pessimismo todo. Porque aí você sempre sai no lucro.( e eu não quero fazer minha carreira escrevendo auto ajuda, viu gente!) "Eu poderia estar matando,estar roubando..." Mentira! Eu poderia simplesmente me afogar naquele imaginário de rugas, cabelos brancos e botox. Ou simplesmente acreditar que existem coisas boas nisso tudo. Porque é bonito pensar assim, e é mesmo! ( quero direitos autorais por esse parágrafo, viu autores de auto ajuda?)


Sempre batí na tecla que é uma chatice essa coisa de só aprender a coisa depois que a coisa já passou. Mas hoje eu acho até divertido. Sério! A gente aprende a se divertir com as coisas. A gente aprende que não é ser otimista ou pessimista que as coisas deixam ou não de acontecerem. A gente aprende a rir de tudo isso. A gente aprende que a vida é sempre uma gargalhada, mesmo quando está em lágrimas. Mesmo com rugas, botox e cabelos brancos.....





2 comentários:

  1. Adoroo seus textos Paty!!
    E quanto a essa brincadeira de antigamente, eu sempre colocava 24 anos para casar, é isso mesmoooo, 24 Paty!!!! E está faltando só 4 meses pra eu passar dele..rss.
    E DÚVIDO que caso "nele" ainda, rss.
    Lembro dos 24 anos e da quantidade de filhos, 4 (hoje quero só 2), rss... os lugares.. os maridos..não lembro mais!!
    Mas olha que você ainda pode estar casando aos 25, hein?! rss
    Quando pensamos no futuro, pensamos longe, né?! Como você se vê daqui a 10 anos??
    É estranho imaginar.. e quando assustamos, já chegamos.. é a vida, rss.
    Beijosss prima linda!!

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  2. Muito bem Paty! Adorei o texto. Quando era mais nova me via casada com 25 anos, hj tenho 29 me não tô passando nem perto. hahaha.
    O tempo passa rápido demais né? Temos que aproveitar cada segundo.
    Bjusss

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