quinta-feira, 21 de maio de 2009

Mola - Maluca

Me encontro em uma encruzilhada. Isso. Tipo no War quando você conquista a Europa Central e vem Europa Ocidental e Oriental mais a Península Itálica te bombardear com trocentos exércitos.

A verdade é que eu tenho uma tendência irrecuperável de ir para o lado mais fácil ( é, já desistí) e praticidade para mim nada mais é que um comodismo camuflado.
Gente. Só queria voltar a pintar a unha com esmalte vermelho. Será que isso é pedir muito?

Não tenho dom, não é minha cara. Cansei de brigar contra a natureza. Vermelho, verde e azul escuro definitivamente não estão entre minhas cores favoritas. Sempre preferí cores mais opacas e discretas. Ajoelhar só se for na igreja e explicar uma coisa que está lá escrita e especificada é muito até para os meus ápices de paciência.

Então vem uma escala com segunda e quarta. A pergunta é _ O que se faz em Belo Horizonte numa segunda feira? Porque quarta ainda tem o cinema mais barato. Sexta e sábado viraram meus rivais e, domingo. Ah, esse é meu inimigo mortal.

O grito de guerra ninguém canta mais. Ninguém pede mais coca. O chopp fica empreguinado na roupa assim como a framboesa. Porém, esta,nem faz diferença naquele vermelho tomate. Cansei de cicatrizes, e, rosca para mim sempre foi uma massa caseira com açucar em cima. E só.

Minha especialidade sempre foi fazer cara de paisagem.( aprendí direitinho com a professora de Psicologia) ,porém, daqui a pouco minha mandíbula cai. Sorriso forçado deforma o rosto ( já ouví isso em algum lugar) e digamos que esses anos de cuidados com os meus dentes não foram para esse fim.

A verdade é que cansei. Das musicas, do ambiente e até de algumas pessoas. Por incrível que pareça. E, com essa tal gripe suína, os frangos ( coitadinhos) vão ser mais depenados ainda ( se é que tem jeito).

Por outro lado só vejo as boletas. Uma, duas, quatro. Eu acho. As vozes do meu pai ecoam na minha cabeça perguntando que horas vou voltar e com quem vou além de um obrigado pelo dinheiro emprestado. As desculpas pelas faltas na faculdade vão acabar. Depois de anos pegarei num Bombril novamente e terei tempo para abolir o microondas da minha vida. Ai. Panico!

Acho que a África Setentrional está chegando. Já colocou até cavalaria. Óh céus.

Então vou levando. Assim, dessa maneira meio prática, cômoda ou sei lá como. Na duvida se ataco , se defendo, ou principalmente. Se empurro todas as pecinhas estraçalhando soldados, dados , cavalos e saio do jogo. Definitivamente.

As opções de esmaltes vermelhos estão cada vez maiores.
Sem mais.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pobre bichinho de trombas.


Se você é uma pessoa que sofre, vamos dizer assim ,uma suposta (ou imposta) discriminação sobre memória, falta de percepção ou alguns (ou vários) ápices de esquecimento. Bem vindo ao clube.


Sim, somos chamados grotescamente de lerdos, sonsos, desatentos. E mais carinhosamente usando esses mesmos termos no diminutivo _ lerdinho, sonsinho e por aí vai. O que dá na mesma, porém, soa mais delicado.

O que acontece é que temos memória seletiva e é fato. Só lembramos o que achamos conveniente lembrar.


O que, em princípio pode ser encarado como uma grave deficiência do sistema nervoso, se torna uma dádiva. Não se encontra definição em dicionários ou qualquer livro da gênese humana , mas me arrisco a dizer que sem esses providenciais esquecimentos o ser humano não conseguiria chegar até aqui.


A verdade é que vivemos a reclamar ( e como!), quando deixamos a chave do carro na loja do shopping, esquecemos de colocar a manteiga na lista do supermercado ou quando deixamos o dinheiro do cigarro na outra bolsa. Agora, já imaginou de lembrassemos de absolutamente tudo? O que seria de nós sem as valiosas lacunas propiciadas pelos lapços de memória?


Essa nossa vidinha de cidade grande em sociedade só é viavél porque esquecemos de quase tudo. Quase o tempo todo.

Para que se lembrar daquela apresentação de dança no auditório do colegio na sexta serie, daquele tombo em plena Afonso Pena uma hora da tarde, daquele fora bem no dia dos namorados?

Afinal a quem seriam indispensáveis quando aquela bola no meio de centenas de pessoas escolheu bem a sua cara para bater no jogo de volei ou aquela franjinha que sua mãe cortava bem no meio da testa quando você tinha sete anos?


Essa vaguidão da memória aparece como uma proteção. Fazem com que determinados acontecimentos tenham contornos um pouco menos dolorosos que são criados a partir do nosso instinto de preservação para que sigamos em frente com o que sobrou da auto estima.


Viva. Temos memória seletiva.

Agora, imagina o elefante. Não esquece de nada, nem um minutinho sequer. Lembra de tudo, o tempo todo. Coitado.