sábado, 1 de junho de 2013

Eu, 350 km e eles.

Não está fácil. O trânsito nunca mais foi o mesmo, assim como as filas do cinema e o cheiro impregnante da gordura do Mc Lanche Feliz. Mas afinal, nada que é fácil é honroso e merecedor de aplausos, não é o que dizem? O difícil tem seu mérito. Basta apenas arrumar o colarinho e esperar os gritos, suspiros e felicitações.
São 22:52 de um sábado sem chuva, com aquele clima gostoso, nem frio, nem quente, e eu me encontro divagando sobre a facilidade em se dificultar as coisas e a de dificultar o óbvio, o fácil.
Um segundo é tempo demais quando se é preciso decidir.
Decisão. O significado dessa palavra é uma incógnita. Tenho um reveillon dentro de mim nesse instante. E lá se vai a terceira taça de vinho de um sábado que agora se tornou frio. Quero me embriagar e pular de ponta na madrugada, encontrar meu interior e bater um papo demorado com o restinho que ainda existe do meu eu passado. Já passa da meia noite. A palavra domingo já é menos desconcertante.
Não existe diálogo. Meu eu passado me desconhece e o monólogo está ensurdecedor. Quero respostas, necessito delas para continuar. A distância é bem maior que os números. Quero confirmações, fatos e vários pontos finais. Estou cheia de vírgulas e reticências. Sempre usei vírgulas e reticências, algumas vezes as aspas também me fizeram companhia ao redigir cartas explorando meu lado romântico, idiota e impulsivo.
Preciso entender que 26 anos não é idade para fases, nostalgias e crises existenciais. Mais uma taça de vinho tinto bem seco. Preciso entender que contos de fadas não existem e começar a escrever textos sem a presença unânime deles em todos os meus assuntos e desabafos. Odeio contos de fadas e eles são sempre o astro principal dos meus textos egoístas e infantis.
Mais meia hora se passou. Gostaria de chegar ao fim com respostas.
Minha vida, meus amores, minha criação, meu quarto, meu cor de rosa. Eu, eles e os 350 km sem fim...




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